A rosca inversa, ou rosca invertida, é um exercício que trabalha o antebraço e a parte anterior do braço. Embora a sua prática seja um pouco “esquecida” nos treinos de musculação, esse é exercício base para fortalecer o bíceps.
A rosca inversa trabalha, principalmente, os músculos do antebraço, por isso ela é um pouco negligenciada, pois muitos querem ver logo os músculos da parte de cima do braço crescer.
Porém, o que a maioria das pessoas ignora ou desconhece, é que esse exercício trabalha, indiretamente, o bíceps (que é o músculo que as pessoas mais querem ver o tamanho aumentar).
Além disso, trabalha os músculos extensores do punho, consequentemente, você deixa sua pegada mais forte e resistente, o que melhora a performance nos treinos de braço.
Ao trabalhar o antebraço, também evita o efeito de desproporção na definição dos músculos, com o antebraço fino e a parte superior do braço grande, o que, esteticamente, não é nada legal.
Portanto, vamos conhecer agora em nosso artigo tudo sobre a rosca inversa, veja como praticar, como incluir nos treinos, quais os músculos trabalhados, benefícios e variações da prática.
O que é a rosca inversa?
A rosca inversa trabalha a parte anterior do braço para ativação dos músculos do antebraço que pode ser realizada na polia baixa ou na barra, fazendo movimento de flexão do cotovelo de baixo para cima. É um exercício monoarticular, já que movimenta apenas os cotovelos.
A rosca inversa é chamada assim pela sua pegada com as palmas das mãos para baixo, ou, como é conhecida, pegada pronada. Ao contrário da rosca direta, com as palmas das mãos para baixo (pegada supinada).
Quais os músculos são ativados na rosca inversa?
Durante a rosca inversa são ativados não apenas os músculos do antebraço, como a maioria pensa. Na verdade ela trabalha um grupo de músculos que incluem: braquiorradial, braquial e bíceps braquial.
O músculo braquiorradial é o mais trabalhado, ele é que fica no antebraço, seu desenvolvimento aumenta a força e resistência do praticante, o que é essencial para o desempenho nos treinos mais intensos de braço.
Já o bíceps braquial e o braquial são músculos ativados indiretamente durante o movimento, eles ficam na parte de cima e dão volume para o braço. Os músculos extensores dos punhos e dos dedos indicador e polegar também são requisitados durante a prática.
Benefícios da rosca inversa
Se você ainda não tem uma série de rosca invertida no seu treino e desejar atingir um bom porte atlético, vale a pena considerá-la no.
Os benefícios da prática vão fazer você perder menos tempo trabalhando bíceps e dar mais força para aumentar a intensidade da prática.
Veja quais as vantagens da rosca invertida:
Força e resistência no antebraço
Como já mencionamos, o exercício fortalece o braquiorradial, músculo que sobre o antebraço até o bíceps, uma região que nem sempre é privilegiada nos exercícios de membros superiores.
Melhora a pegada
O exercício de rosca invertida ativa músculos extensores dos punhos e dos dedos, tornando a pegada do atleta mais firme. Também fortalece a articulação do punho, o que evita lesões em treino de bíceps.
Evita a definição desproporcional
Um erro comum do praticante de musculação iniciante é começar a trabalhar os ombros, parte superior dos braços e peito, tendo como efeito uma desproporção na definição muscular.
Dá mais volume para o braço
Por ser um exercício que ativa o músculo braquial, ele ajuda a levantar o bíceps, gerando um aparente volume.
Nível de dificuldade da rosca inversa
Na rosca inversa não há muita complexidade, um iniciante pode realizar o movimento sem muita dificuldade, mas o praticante precisa ter uma boa postura corporal.
Além disso, a tensão nos músculos pode ser incômoda, por isso, é recomendado uma carga mais baixa para realizar o exercício.
Como fazer a rosca inversa?
A rosca inversa é um exercício simples, iniciantes podem fazer sem nenhum problema. Requer pouco equilíbrio e consciência corporal, porém, é mais intenso que a rosca direta.
Ele pode ser feito tanto com a barra, como na polia baixa com barra reta ou W.
Veja o passo a passo para fazer a rosca direta:
- Mantenha os pés lado a lado alinhados com os ombros, pode ser também com um pé em frente ao outro, de maneira que dê mais estabilidade. Deixe os joelhos levemente flexionados.
- Mantenha os braços ao lado do tronco, a coluna alinhada com a cabeça e pegue a barra com a palma das mãos viradas para baixo (pegada pronada).
- Com os braços sempre parados ao lado do corpo, faça a flexão dos cotovelos, lembre-se de mantê-los sempre fixos ao lado do corpo, sem elevá-los durante o exercício, somente os antebraços são movimentados.
Variações do exercício
Existem algumas variações no exercício, mas o que muda mesmo é o tipo de equipamento. Já que o movimento e a pegada devem ser sempre a mesma, visto que o objetivo é ativar os músculos anteriores e do antebraço.
Conheça as principais variações que você pode agregar ao seu treino:
Na barra com rosca: reta ou W
A execução do exercício na barra com rosca é o mais convencional. Você pode optar entre a barra reta ou W, isso não muda nada no movimento, mas deixa a pegada mais confortável na barra W, por isso, é a mais indicada.
Na polia baixa com barra reta ou W
A vantagem de usar a polia baixa para realizar a rosca inversa é o aumento de carga de forma mais fácil, assim você pode ajustar na intensidade ideal para seu desenvolvimento.
Na polia baixa você pode optar pela barra reta ou W, com o mesmo efeito, sendo a barra W mais confortável para o movimento.
Com halteres
Uma forma fácil e prática de fazer a rosca invertida é com uso de halteres. Porém, requer mais consciência e equilíbrio corporal para realizar o exercício.
A vantagem aqui é poder trabalhar cada braço individualmente, evitando a assimetria muscular.
Evite erros comuns na rosca invertida
Apesar de ser um exercício simples, alguns detalhes podem passar despercebidos e comprometer os resultados.
Para evitar isso, veja algumas dicas para executar a rosca invertido corretamente:
Mantenha os cotovelos sempre fixos ao lado do corpo
Isso é essencial para que o movimento seja executado corretamente, com o efeito desejado.
Evite abrir os cotovelos ou movimentar para cima e para baixo, apenas as articulações devem se mover.
Pegada média
Não deixe as mãos tão fechadas e nem tão abertas na barra, isso pode causar sobrecarga nos punhos. Por isso, a dica é manter a pegada média, pode usar protetores na barra para aumentar a pegada.
Foco e concentração
Algo que atribui qualidade para a prática é a concentração e foco no músculo que está sendo ativado. Mantenha a respiração controlada e consciência ativa no músculo.
Além disso, muita atenção à cadência (tempo de execução do exercício). Para esta prática, velocidade não será a melhor receita, o ideal é manter uma boa tensão e tentar manter o treino mais efetivo.
Amplitude correta
Um erro muito comum é realizar a rosca invertida de forma incompleta, sem executar o movimento até o fim.
Este é um sinal de que a carga está muito alta e assim o resultado não terá efeito, já que o exercício não foi realizado na amplitude correta.
Abdômen contraído
Lembre-se de ativar o abdômen, isso ajuda a performance da musculação, já que melhora a respiração, evita a lesões na coluna, aumenta a concentração e melhora a postura.
Técnicas avançadas para aprimorar a prática
Existem algumas técnicas e estratégias que ajudam a potencializar o treino e trazer resultados mais efetivos.
Antes de realizar algumas das técnicas, o ideal é ter uma assistência do profissional de educação física para indicar qual a melhor técnica para a sua necessidade.
Essas técnicas se baseiam no efeito da falha concêntrica do músculo, que é quando o músculo chega no seu limite.
Veja algumas das práticas conhecidas:
Repetições parciais
Já são bem conhecidas dos praticantes de musculação, mas devem ser praticadas por atletas mais experientes.
Depois que o praticante atinge a falha, mantém-se a mesma carga, mas diminui a amplitude do exercício, sendo realizado de forma parcial.
Drop-set
Indicado para atletas com nível atlético avançado, consiste em realizar o número de séries estabelecidas até a falha, depois disso, reduz a carga em 90 a 10%, fazendo uma nova repetição de séries, com o mesmo número estabelecido com a carga maior.
Super slow ou Super Lento
Essa é uma técnica que pode ser usada até mesmo por iniciantes, mas exige cuidado.
Consiste em realizar o exercício em uma cadência maior, ou seja, com mais lentidão, aumentando a tensão do músculo e dando mais foco à prática, o que melhora a efetividade do treino.
Como incluir a rosca inversa no treino?
A rosca inversa não é um exercício de tanta amplitude, ou seja, é mais concentrado em uma região do membro, como já vimos.
Por isso, ela deve ser incluída no treino de braço, em que o foco é o músculo bíceps. Você pode incluir em um treino com séries de rosca bíceps, flexão, barra fixa, rosca martelo e rosca direta, por exemplo.
Uma dica é fazer o treino de rosca invertida no final das séries de bíceps, já que o exercício é mais intenso e irá trabalhar também, mesmo que indiretamente, com o músculo, o que pode provocar cansaço antes do tempo.
Cuidados ao realizar o rosca invertida
Alguns riscos podem acontecer quando o movimento é executado de forma incorreta.
Os problemas mais comuns estão relacionados aos problemas nas articulações dos punhos, cotovelos e ombros.
Isso acontece muitas vezes por haver uma sobrecarga no peso ou postura incorreta. O que gera estresse nos músculos flexores e extensores dos punhos e dos dedos indicadores e polegares.
Além disso, pode acontecer lesões no próprio músculo do antebraço, quando o movimento é executado de forma muita intensa, sem o preparo físico necessário para suportar a carga e intensidade da prática.
Diferença entre rosca invertida, direta e martelo
Se você está de olho no aumento do bíceps, então já deve ter ouvido falar, ou até mesmo realizado, os exercícios de rosca direta e martelo.
Todos trabalham no desenvolvimento deste músculo, mas com diferente pegada e articulação.
Aparentemente são exercícios similares e que tem como objetivo o aumento do braço. Mas cada um trabalha em uma região diferente, sendo cada um deles necessário à prática para um resultado final eficiente.
Veja a diferença entre rosca invertida, direta e martelo:
Rosca Direta
A rosca direta é o exercício de bíceps mais requisitado, já que trabalha diretamente o músculo e todos os bíceps braquiais. Portanto, é ótima para uma ativação mais ampla da musculatura.
A diferença na execução do exercício é a pegada, com as palmas das mãos para cima (pegada supinada), o que gera maior tensão dos músculos anteriores do braço.
Rosca martelo
Já a rosca martelo é executada com a pegada vertical, trabalhando com maior foco no músculo braquial e o braquiorradial, indiretamente, também trabalha o bíceps.
Esse é um tipo de exercício complementar, que ajuda a fortalecer e dar mais resistência para a região.
Rosca inversa
Essa, como agora já sabemos, trabalha com maior intensidade o músculo braquiorradial, no antebraço, seguido do braquial e bíceps.
Assim como a rosca martelo, é um exercício complementar, que vai ajudar no fortalecimento da região e aumento da massa muscular.
Conclusão
A rosca direta é um exercício que ajuda a fortalecer a musculatura dos membros superiores, tendo como maior foco o antebraço e bíceps. Ajuda a aumentar a musculatura e dá mais resistência.
A correta execução do exercício é fundamental para obter os resultados esperados. Agora você já tem conhecimento para garantir uma boa prática e ter mais consciência sobre o músculo trabalhado.
Tenha um ótimo treino!